
É aborrecido para todos quando uma criança morde outra. Este comportamento preocupa uns mais que outros, uns dizem que é apenas uma fase, outros dão um valor exagerado ao acontecimento, pais preocupados e educadores e auxiliares sem saber o que fazer.
Na idade dos 2 anos as crianças ainda estão a aprender a lidar com os outros, as regras de convivência e de viver em sociedade não estão nada assentes, o seu vocabulário e expressão não permitem ainda defender-se e expressar-se juntos dos outros e a dentada ou a pancadinha acontece como sendo a única forma de se evidenciarem e fazerem-se valer face aos outros.
A dificuldade em partilhar, tirar coisas uns dos outros, a disputa pelas pessoas e pelos brinquedos é expressa de uma forma mais física e nada verbal, daí agressões e as dentadinhas.
As dentadas são mais óbvias e a sua melhor forma de se defender porque magoa mais e leva a sua avante, ficar com o brinquedo e mostrar a sua superioridade.
As crianças desta idade podem morder por diversas razões e empurradas por diversas situações. Ambientes de confusão com muitas crianças, existência de poucos brinquedos, falta de brinquedos iguais para colmatar a sua dificuldade em partilhar, quando sentem falta de confiança.
As dentadas podem acontecer quando a criança está excitada ou quando a criança ainda não possui o vocabulário e a linguagem para se exprimir.
É uma fase que passa, mas para que esta não se prolongue por tanto tempo, a eficácia na sua repreensão é fundamental.
Quando uma criança morde acaba por chamar a si muita e toda a atenção, talvez maior que aquela que inicialmente pretendia. Uma vez que as crianças se imitam umas às outras, as outras crianças podem começar a morder também e isto é o que, geralmente, acontece na creche ou nos Jardins.
Sempre que possível podemos evitar ou tentar evitar situações destas, os adultos podem procurar as causas prováveis para o acontecido e remédio para este. As crianças desta idade estão na fase de aprendizagem do Eu e do Meu por isso ainda não possuem o senso de partilha. Tirar um brinquedo a outro satisfá-los, é uma conquista. Quanto mais brinquedos iguais houver melhor. Outro factor que leva a situações destas é a falta de espaço individual de cada um, se a criança se vir numa situação de stress, numa sala lotada de crianças com muito barulho a tendência é usarem a comunicação física como forma de expressão. O facto de haver poucas crianças, de haver espaços de brincadeira isolados, distintos e em que se possam formar pequenos grupos de crianças ajuda a que se crie um ambiente mais calmo e menos stressante em que a criança não necessita de estar em constante disputa com o outro, uma vez que tem o seu espaço e os seus brinquedos ali.
Nunca é nem nunca será solução assustar a criança e repreendê-la fisicamente pelo acto cometido, uma voz firme no momento exacto será suficiente para repreender o acto, se essa situação já se tiver prolongado e a criança já tenha por hábito esse gesto, o ideal talvez seja colocar a criança numa posição menos agradável, colocando-a de parte dos outros, retirando-lhe um brinquedo de que goste muito e explicar-lhe da melhor forma que essa não é solução, ensinando-a a dizer não, quando contrariada pelo colega ou a chamar o adulto quando precisa de alguma coisa. A conversar com as crianças, tanto com a que foi mordida como com quem a mordeu, é um exemplo de que não é com violência que se resolve as situações. Outra estratégia a tentar será falar primeiro com a criança que foi mordida de modo a não dar tanta atenção à criança que mordeu, de modo a que esta nunca associe a violência a uma chamada de atenção.
É importante detectar as situações logo de início, uma vez que se trata de um hábito que se pode manter, o facto de fazer com que não se torne um hábito é um ganho. Há que trabalhar com as crianças as suas capacidades de comunicação com os outros e ensiná-las a respeitar-se mutuamente. É uma capacidade que tem que ser cultivada e adquirida pela criança.
Há que enfrentar estas situações como qualquer outra capacidade a desenvolver com as crianças e não como um grande problema.
Boa sorte!!!
Fico à espera de estratégias para adicionar a esta minha pesquisa :D
Obrigada!
Baseado em: http://www.ecd.govt.nz/parenting/resources/bite.html
http://ceep.crc.uiuc.edu/poptopics/biting.html#incidence
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