20 setembro 2007

As dentadinhas aos 2 anos....



É aborrecido para todos quando uma criança morde outra. Este comportamento preocupa uns mais que outros, uns dizem que é apenas uma fase, outros dão um valor exagerado ao acontecimento, pais preocupados e educadores e auxiliares sem saber o que fazer.

Na idade dos 2 anos as crianças ainda estão a aprender a lidar com os outros, as regras de convivência e de viver em sociedade não estão nada assentes, o seu vocabulário e expressão não permitem ainda defender-se e expressar-se juntos dos outros e a dentada ou a pancadinha acontece como sendo a única forma de se evidenciarem e fazerem-se valer face aos outros.

A dificuldade em partilhar, tirar coisas uns dos outros, a disputa pelas pessoas e pelos brinquedos é expressa de uma forma mais física e nada verbal, daí agressões e as dentadinhas.

As dentadas são mais óbvias e a sua melhor forma de se defender porque magoa mais e leva a sua avante, ficar com o brinquedo e mostrar a sua superioridade.

As crianças desta idade podem morder por diversas razões e empurradas por diversas situações. Ambientes de confusão com muitas crianças, existência de poucos brinquedos, falta de brinquedos iguais para colmatar a sua dificuldade em partilhar, quando sentem falta de confiança.

As dentadas podem acontecer quando a criança está excitada ou quando a criança ainda não possui o vocabulário e a linguagem para se exprimir.

É uma fase que passa, mas para que esta não se prolongue por tanto tempo, a eficácia na sua repreensão é fundamental.

Quando uma criança morde acaba por chamar a si muita e toda a atenção, talvez maior que aquela que inicialmente pretendia. Uma vez que as crianças se imitam umas às outras, as outras crianças podem começar a morder também e isto é o que, geralmente, acontece na creche ou nos Jardins.

Sempre que possível podemos evitar ou tentar evitar situações destas, os adultos podem procurar as causas prováveis para o acontecido e remédio para este. As crianças desta idade estão na fase de aprendizagem do Eu e do Meu por isso ainda não possuem o senso de partilha. Tirar um brinquedo a outro satisfá-los, é uma conquista. Quanto mais brinquedos iguais houver melhor. Outro factor que leva a situações destas é a falta de espaço individual de cada um, se a criança se vir numa situação de stress, numa sala lotada de crianças com muito barulho a tendência é usarem a comunicação física como forma de expressão. O facto de haver poucas crianças, de haver espaços de brincadeira isolados, distintos e em que se possam formar pequenos grupos de crianças ajuda a que se crie um ambiente mais calmo e menos stressante em que a criança não necessita de estar em constante disputa com o outro, uma vez que tem o seu espaço e os seus brinquedos ali.

Nunca é nem nunca será solução assustar a criança e repreendê-la fisicamente pelo acto cometido, uma voz firme no momento exacto será suficiente para repreender o acto, se essa situação já se tiver prolongado e a criança já tenha por hábito esse gesto, o ideal talvez seja colocar a criança numa posição menos agradável, colocando-a de parte dos outros, retirando-lhe um brinquedo de que goste muito e explicar-lhe da melhor forma que essa não é solução, ensinando-a a dizer não, quando contrariada pelo colega ou a chamar o adulto quando precisa de alguma coisa. A conversar com as crianças, tanto com a que foi mordida como com quem a mordeu, é um exemplo de que não é com violência que se resolve as situações. Outra estratégia a tentar será falar primeiro com a criança que foi mordida de modo a não dar tanta atenção à criança que mordeu, de modo a que esta nunca associe a violência a uma chamada de atenção.

É importante detectar as situações logo de início, uma vez que se trata de um hábito que se pode manter, o facto de fazer com que não se torne um hábito é um ganho. Há que trabalhar com as crianças as suas capacidades de comunicação com os outros e ensiná-las a respeitar-se mutuamente. É uma capacidade que tem que ser cultivada e adquirida pela criança.

Há que enfrentar estas situações como qualquer outra capacidade a desenvolver com as crianças e não como um grande problema.

Boa sorte!!!

Fico à espera de estratégias para adicionar a esta minha pesquisa :D
Obrigada!



Baseado em: http://www.ecd.govt.nz/parenting/resources/bite.html
http://ceep.crc.uiuc.edu/poptopics/biting.html#incidence

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5 Comments:

At 23 setembro, 2007 01:41, Blogger Simone said...

Os xururucas ja passaram dessa fase graças, mas foi dificil controlar, vou guardar seu texto para repassar para os outros professores da creche Valeu a força

 
At 27 setembro, 2007 12:43, Blogger Line e os Terroristas said...

Realmente as dentadas são muito aborrecidas... bigada pela partilha de informação
continuação de um bom trabalho :D
bjtx

 
At 28 setembro, 2007 23:56, Anonymous Anónimo said...

Este ano, tenho uma peste que morde tudo e todos!

Estou a elaborar um texto para fazer uma história para os pais...

Todos os dias vai um mordido para casa e, nós na sala, estamos sempre de olho em cima da peste!

Pode ser que, com o livro, eu consiga sensibilizar os pais e eles consigam perceber que é normal as dentadas! Que não é negligência da nossa parte, porque acredito que alguns pensem assim.

E pronto,vou inspirar-me neste teu texto.

:D

Beijocas.

 
At 30 outubro, 2007 20:33, Blogger pink said...

Moika tenho uma situação dessas na minha sala...é tão complicado...ja elaboraste a historia?Como reagiram os pais?
Beijinhos

 
At 01 novembro, 2007 23:12, Blogger Unknown said...

olá!
sou uma futura educadora de infância e neste momento estou no último ano do curso. Tenho assistido a situações de "mordeduras" e para resolver estas situações a educadora cooperante ainda faz pior...bate e manda a criança que foi mordida, morder a criança que a mordeu, ou seja piora a situação. Apesar de tudo n é uma situação regular e acontece quando não querem partilhar brinquedos.
obrigada pelas sujeitões!

 

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